10.11.09

Eu nasci numa sexta-feira 13!




No contexto que entoa a misteriosa sexta-feira 13, tive a oportunidade de vivenciar esta data algumas vezes, na condição de aniversariante do mês de fevereiro. Como parte integrante deste editorial, não poderia deixar de expor um pouco da minha experiência sobre intuição.
Apesar de todo o mistério que cerca esta data, tenho de convir que, por mais que tentasse me distanciar de toda esta mística, não consegui. Para ser sincero, devo contar aqui que não sofri os temidos reflexos da sexta-feira 13. Sou descrente, e nunca evitei desviar de uma escada. Achava até engraçado quando algum transeunte achava por bem, desviar ao passar por baixo de uma.
Recordo-me então, de uma bela sexta-feira 13 de fevereiro, de minha infância. Acordei, abri a janela e disse: “Caramba, hoje é meu aniversário, que dia bom!”, e corri para a rua, sem ao menos escovar os dentes, porém, por se tratar de uma sexta-feira 13, tive o primeiro momento de reflexão sobre a existência da má sorte, pois no momento em que o sol atingira seu ponto mais intenso sobre o céu, por volta do meio-dia, fui surpreendido por cerca de 10 amigos, que sabiam de meu aniversário, e repentinamente acharam por bem celebrar tal dada com o famoso “banho de ovo”. Detalhe: todos os ovos haviam sido enterrados com antecedência a data, para que apodrecessem e piorassem o odor. Como nunca tinha sido vítima de tal brincadeira, achei por bem chorar em casa, na frente de minha mãe, e ela disse: “Parabéns Tiago! Avisei-lhe para ficar em casa, e tem mais, hoje não tem água”. Ou seja, de imediato associei toda má sorte e culpa a sexta-feira treze.
Com exceção deste fato ocorrido, não presenciei mais nada de anormal que pudesse ser atribuído a uma sexta feira 13. A única coisa evidente é a frequência com que o número treze apareceu em alguns momentos importantes de minha vida: Meu primeiro beijo ocorreu quando eu tinha 13 anos, no meu primeiro campeonato esportivo de handebol eu também tinha 13 anos, marquei exatos 13 gols na final quando fomos campeões, tive 13 cães, meu primeiro carro me custou 13 mil reais e passei 13 dias em coma, após ter sofrido a queda de uma laje, na tentativa de pegar um balão e, resultante deste fato, por uma forte pancada na cabeça, sou conhecido como “o 13”, ou seja, denominação a algum código numérico que identifica um louco.
A única coisa que noto, agora com certa maturidade é que diversos amigos e amigas admitem que gostariam de fazer aniversário no dia 13, para então realizarem uma festa à fantasia, e aproveitarem de forma desinibida o transcorrer desta data tão simbólica no Brasil, e que eu, apesar de tudo, não consigo notar anseios de má sorte.